Apresentação
Licenciatura em Educação do Campo (EduCampo) – Ciências da Natureza e Matemática
A Licenciatura em Educação do Campo existe no país desde 2006. Hoje, são mais de quarenta universidades federais de todo o Brasil que ofertam o curso.
Na Educação do Campo entende-se que os sujeitos que vivem no campo têm direito a uma escola que possibilite, em articulação com as especificidades do Campo, a apropriação dos conhecimentos historicamente produzidos. Ou seja, as pessoas têm, não apenas, o direito a serem educadas no lugar onde vivem – no Campo; como também a uma educação pensada desde esse lugar – do Campo, com a participação de quem nele vive, vinculada à sua cultura e às suas necessidades humanas e sociais.
Nesse caso, a educação inclui a instituição escolar, mas não se restringe a ela. A escola é vista como prioridade na estratégia de garantir o direito dos povos do campo de ter acesso à Educação Básica.
São considerados como população do campo “os agricultores familiares, os extrativistas, os pescadores artesanais, os ribeirinhos, os assentados e acampados da reforma agrária, os trabalhadores assalariados rurais, os quilombolas, os caiçaras, os povos da floresta, os caboclos e outros que produzam suas condições materiais de existência a partir do trabalho no meio rural” (BRASIL, 2010).
Licenciatura em Educação do Campo (EduCampo) – Ciências da Natureza e Matemática da UFSC
O curso de Licenciatura em Educação do Campo na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) foi regulamentado em maio de 2008, sendo constituído no Centro de Ciências da Educação (CED) e integrando às atividades do Instituto de Educação do Campo e Desenvolvimento Territorial Sustentável (Instituto EDUCAMPO). Desde sua origem o curso tem estabelecido parcerias junto às organizações e Movimentos Sociais do Campo do Estado de Santa Catarina.
Atuação do Formado Egresso do Curso: Professor/a em Educação do Campo, na área das Ciências da Natureza (Química, Física, Biologia) e Matemática, com atuação nos Anos Finais do Ensino Fundamental e no Ensino Médio em escolas do campo. Conforme o inciso II do artigo 1 do decreto 7.352/2010, escolas do campo são “aquela situada em área rural, conforme definida pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, ou aquela situada em área urbana, desde que atenda predominantemente a populações do campo” (BRASIL, 2010). Assim a atuação do egresso do curso poderá ocorrer no ensino regular, em escolas integradas ao ensino profissionalizante (agrícola ou similar) em outros espaços educativos como Centros de Formação por Alternância; Casas Familiares Rurais ou Escolas Família Agrícolas.
Em agosto de 2009 foi composta a primeira turma do curso, compondo as duas turmas (2013/1 e 2014/1) já formadas. O reconhecimento oficial do Ministério da Educação e Cultura (MEC) ocorreu em Agosto de 2014, quando recebeu a Comissão de Avaliação Externa do INEP/MEC e obteve nota 4 (de um máximo de 5).
A oferta do curso ocorre na modalidade presencial, tem duração de 4 anos (8 semestres), tendo por princípio a Pedagogia da Alternância que compreende articuladamente o Tempo Comunidade (TC) e o Tempo Universidade (TU). No período de TU, os estudantes participam de atividades curriculares na universidade e nos TC eles desenvolvem atividades nas suas comunidades, seja de diagnóstico, de aproximação com a escola, estágios em sala de aula ou projetos comunitários de integração escola/comunidade, conforme a etapa do curso. Busca-se com esse processo educativo uno, articular a experiência de trabalho e de vida do estudante no seio da comunidade/município onde reside com a experiência de formação universitária que está realizando. No primeiro ano do curso, as atividades têm como “eixo integrador”, tanto no TU quanto no TC, a investigação da realidade local. No segundo ano o foco se volta para o estudo da escola do campo. Nos dois últimos anos do curso o TC se constitui em Estágios Supervisionados nas escolas do/no campo para atuação docente na Educação Básica (anos finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio) na área de Ciências da Natureza (Biologia, Química, Física) e Matemática
A formação de professores para a Educação do Campo busca proporcionar acesso aos conhecimentos da área de Ciências da Natureza e Matemática considerando também o estudo dos elementos que compõem a memória, saberes, valores, costumes, práticas sociais e produtivas dos sujeitos do campo e da agricultura familiar. Além disso, busca fomentar a análise das características sócio culturais e ambientais do território de vida dos estudantes para que eles compreendam, em sua complexidade, os conflitos e contradições existentes. Esta formação ainda pressupõe o desenvolvimento da capacidade teórico-prática para pensar-organizar-fazer uma escola básica do campo que estabeleça uma formação crítico-criativa, comprometida com os princípios da construção de alternativas de sustentabilidade social dos territórios rurais.
Os estudantes do Curso
Atualmente há 4 turmas em andamento no curso: turma 7, sediada em Rio Negrinho/Mafra; turma 8, em Alfredo Wagner; turma 9 Litoral II sediada na UFSC campus Florianópolis, e turma 10 em Fraiburgo.
Desde 2015, protagonizado pelos discentes do curso, também está em atividade o Centro Acadêmico Livre da Educação do Campo (CALECAMPO).
REFERÊNCIAS:
BRASIL, PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. Decreto Nº 7.352, de 4 de Novembro de 2010.: Dispõe sobre a política de educação do campo e o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária – PRONERA. Brasília, DF. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/decreto/d7352.htm>. Acesso em: 28 jul. 2015.
CALDART, R. S.; PEREIRA, I. B.; ALENTEJANO, P.; FRIGOTTO, G. (Org.) Dicionário da Educação do Campo. Rio de Janeiro, São Paulo: Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio,
Expressão Popular, 2012. Disponível em: <http://goo.gl/b8phSC>. Acesso em 28 de jul. de 2015.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA. Projeto Pedagógico do Curso de Licenciatura em Educação do Campo. Florianópolis, 2009. Disponível em: <http://ledoc.paginas.ufsc.br/files/2014/08/PPP-LEdoC.pdf>. Acesso em 28 de jul. de 2015.